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Momentos e mudanças

O que poderá significar uma mudança? Como será adaptar-se a este novo instante que se aproxima? O que será adaptar-se? Será reconstruir ou desabar novas muralhas?

Poderá ser colocar de novo, pedra sobre pedra, cimento e bloco, água e vontade... Aliar novos laços e novos encontros, procurar um espaço que contenha algo de familiar, reencontrar-se… Poderão constituir inúmeras questões a retomar cada vez que se aproximam situações que nos assustam, nos lisonjeiam ou até, que nos possam trazer alguma surpresa e movimento.

A novidade renova, surpreende e altera, e o mais importante é a forma segundo a qual, cada um de nós toma essa renovação, surpresa e alteração. De que forma tomamos esse convite inesperado? Deixamo-nos levar na dança da vida? Aguardamos a sua chegada ou são estas que nos agarram dessa rotina que por vezes se pode tornar o nosso dia-a-dia?

Serão visitas que contemplam a nossa porta e que caminham lado a lado com o tempo.

Por vezes, só notamos a sua presença quando olhamos para o espelho por mais do que breves instantes, mais do que aqueles encontros matutinos apressados.

Nesses instantes, percebemos que crescemos em todos os sentidos, juntamente com as pessoas que nos são mais próximas.

Algumas delas estão ausentes, e foram chamadas a outros caminhos aos quais, um dia nos juntaremos. Ou assim o esperamos.

Estes encontros constituem quase como pontos de intersecção, nos quais colocamos na mesa as nossas metas e o que pudemos alcançar, através e pelas mesmas.

O balanço de metas já traçadas gera a necessidade de definir novas e renovar as que atravessam longos prazos mas que envolvem grandes recompensas.

O prémio ou objectivo que se quis de forma natural e que foi ficando, e tomando forças para procurá-lo e ganhá-lo ao tempo e à vida. No percurso para o seu resgate são fundamentais instrumentos, não muito elaborados, não muito precisos, somente elementos que nos tornam o que nós somos na realidade.

E quem diz instrumentos refere-se a tudo o que os nossos sonhos possam contemplar, e ousar tornar em acção. Serão o nosso bordão da viagem.

Uma vez reunidos os elementos e as vontades, venha a mudança que até ela caminhamos, venha a novidade e a sua plenitude, veremos como encaixar este, nesse novo mundo, nessas novas letras, esta forma de falar nessa forma de responder.

Seremos nós por nós ao lado de outros, com os outros.

Mary Barreto (2007)