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A natureza das pessoas e as descobertas científicas

     Todas descobertas científicas e/ou tecnológicas nem são boas nem são más.

     São mais uma consequência natural da evolução humana que põe a mente humana ao serviço dessa mesma evolução.

     Também a evolução não se pode caracterizar de boa ou má. Isso vem depois. Tudo depende da utilização que se lhe dá.

     Poderemos até ir mais longe e defender que toda e qualquer descoberta é boa, dependendo tudo o mais da forma como é utilizada.

     Não temos de ter cautela com elas mas sim com as pessoas que as utilizam mal.

     Mais uma vez esbarramos com o eterno problema que é a natureza humana. Assim como há pessoas que utilizam essas descobertas para o seu bem e o do próximo, há outros que transformam (mas não são só as descobertas, é tudo!) essas descobertas num suplício para os outros.

     Todos nós temos em mente exemplos que conhecemos e que ilustram aquilo que digo.

     São as pessoas perversas que tornam o mundo um local inseguro para viver e logo, criam a desconfiança, quando a há, porque como se costuma dizer, quem mal não tem mal não pensa, o que torna muitas pessoas vítimas de outras sem escrúpulos.

     Estou a referir-me à internet, mas poderia referir-me a mil outras descobertas científico-tecnológicas que não iria mudar em nada aquilo que defendo, infelizmente.

     A internet é um meio privilegiado de comunicação que nós não conhecemos ainda muito bem, pelo menos no que às regras diz respeito e ao funcionamento. Não sabemos quem está por trás ou que pretende, mas, para já, é um veículo óptimo de comunicação que permite aproximar povos, culturas, etc., naquilo que poderá ser enriquecedor para o ser humano em todos os aspectos.

     Mas, como sempre, há aqueles seres humanos que nada têm de humano, a não ser a face que lhes serve de máscara, e que se aproveitam dela com fins obscuros. Já existe nos EUA, e não se também já noutros países, uma polícia da internet, que socorre as vítimas dos mais variados acossos e dos mais variados burlões.

     Ainda há pouco, surgiu uma denúncia de algumas vítimas de e-mails que denunciam certos abusos como por exemplo de um com que me deparei e que falava de uma homem em fim de vida que queria doar alguns milhões a instituições de caridade justificando a sua presença nos e-mails como o único recurso para fugir a uma família gananciosa, na qual não poderia confiar.

     O que é certo é que estes mails, acompanhados de fotos para criarem nas suas vítimas a confiança desejada, já deram alguns frutos negativos, chegando, ao que parece, algumas das suas vítimas a pagar com a sua própria vida. A intenção é a de extorquir dinheiro às vítimas, procurando fazê-las levar a crer que o dinheiro que investem é para pagar ou desbloquear os milhões que estão no seu nome.

     Isto é, procuram levar a crer que o dinheiro tem de viajar por avião sob alçada da ONU, para evitar que seja aberto pelas autoridades do país destinatário, e que esta exige determinada quantia para colocar o seu selo na "encomenda".

     Não é preciso ser-se muito esperto para perceber que a coisas não se passam bem assim, mas os menos informados podem ser levados a crer que isto se pode passar e pensar que poderá ser verdade. E este é só um exemplo em, provavelmente milhões ou mais, (porque temos de multiplicar sempre para termos uma ideia do que se passa por aí!) e para os quais temos de estar alertados.

     O mundo só se tornará um local mais seguro quando o ser humano se redescobrir a si próprio e à sua missão aqui na terra. E enquanto o dinheiro for o fim para o qual vive muita gente, não olhando a meios para atingir os seus fins, há que olhar sempre por cima do ombro…

     

Fátima Nascimento