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Madre Teresa de Calcutá e a... fé!

     Madre Teresa não precisa de apresentações.

     A sua dedicação humanitária, junto dos mais pobres, abriu-lhe o caminho dos corações de todos nós. Tenho a certeza que ninguém ficou indiferente ao seu duro trabalho.

     E não deve ser fácil trabalhar num dos países mais pobres do mundo, assistindo a tanta miséria e sofrimento, a tanta maldade e prepotência e, sobretudo, sofrer isso tudo, no dia a dia, sem desistir… é obra.

     O que ninguém pode saber, por nunca ter vivido uma experiência dessas, e, por isso só pode fazer mesmo uma mínima ideia, é do sofrimento pessoal que esse trabalho deve envolver e o consequente desgaste físico e psicológico, e não só.

     E isto durou a maior parte da sua vida.

     Quando ouço falar das suas dúvidas de fé, durante cinquenta anos, a mim, pessoalmente, isso não me admira nada.

     Neste mundo, já quase nada sobra da mensagem de Deus, quanto mais encontrar no ser humano, tão preocupado com falsos valores, esse mesmo Deus.

     Quem se sente seguro no mundo como ele está actualmente?

     E se se sentem assim tão seguros, como conseguem explicar tanta segurança, que ainda assim não chega nem para as necessidades reais?

     E, naquele lugar, lutando contra tanta injustiça social, contra a degradação humana, e contra sabe-se lá mais o quê, quem pode alguma vez, alguém julgá-la por ter tido dúvidas? Só por ser freira? As freiras não são seres humanos? A provação por que ela passou foi grande, e a todos os níveis.

     Quem tem o direito de julgá-la, quando não fez nem um décimo daquilo que ela realizou?

     Faço uma ideia mínima das decisões que teve de tomar, das pressões a que esteve sujeita, do imenso trabalho a que teve de fazer face… Mas, se olharmos aos factos, o que me surpreende é nunca ter desistido, e para não se desistir de algo tão importante como o que estava fazer, e num mundo que lhe era completamente adverso, é preciso ter… fé!

     O que eu quero dizer, é que, no fundo, a fé esteve sempre lá, apesar de tudo… porque, para lutar como ela lutou, é preciso acreditar no que fazia, e num mundo melhor… e isto é ter, mais uma vez, fé!

     Para já não falar de que a dúvida, seja a que nível for, é sempre saudável… é bom questionarmos o que nos rodeia e não só, pelo menos, nela, isso deu resultado, pois a sua fé saiu reforçada! E a prova disso é a sua obra…

     Com a sua morte, apagou-se mais uma luz, neste mundo onde a escuridão é cada vez maior.

     

Fátima Nascimento
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