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Versos tradicionais da Ceifa do Trigo (1/2)
(São Jorge)

Trigo loiro, Trigo loiro
quem me dera a tua cor
Entre o Cálice e a hóstia
Servir Nosso Senhor

O Ceifão do nosso trigo
Merece uma rapariga
Daquelas que apanham o trigo
Para arranjo da sua vida

Deitei o limão correndo
Correndo foi ter ao mar
Não há pai que guarde a filha
Se não ela se guardar

O Ceifão do nosso trigo
Merece uma rapariga
Daquelas que andam na serra
Tirando o grelo à silva

Deitei o limão correndo
Correndo foi ter à poça
Não há pai que guarde filha
Nem amo que guarde moça

Não cortes o castanheiro
Não lhe ponhas o machado
Que à sombra do castanheiro
Está o meu amor deitado.

Vamos apanhar o trigo
Escolhendo da veia
Para fazer uma rosquilha
Para o nosso ceifão p'ra ceia

Fui ao mar de joelhos
De joelhos fui ao fundo
Dou graças a Deus
Que já fui ao fim do mundo

Cantiguinhas que eu sabia
Todas o vento levou
Só a de Nossa Senhora
Na memória me ficou

O meu amor disse que vinha
Quando a lua viesse
A lua já vai tão baixa
E o meu amor não me aparece

Continua na edição de amanhã...

     

Versos tradicionais recolhidos por: Teresa Gomes