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Versos tradicionais da Ceifa do Trigo (2/2)
(São Jorge)

(Ler primeira parte do poema)

No meio daquele mar
está um pinheiro florido
se eu sou rosa não sou tua
sou rosa do meu marido

No meio daquele mar
Está um rosário de pimentas
Quem quiser fazer escarne
Faça lá das suas ventas

Não me importa morrer
Que para morrer nasci
O pior é para passar
Caminhos que nunca vi

Se o mar tivesse varanda
Eu ia com minha tia
Mas como não tem varanda
Não me meto na água fria

O sol já vai baixo
Com Maria pela mão
Maria vai rosadinha
Manuel vai cor de limão

Maria minha Maria
Maria que eu não tenho outra
Maria se tu me morres
Quem me vai lavar a roupa.

Maria mais Manuel
São duas peças de fazenda
Maria já está casada
Manuel está de encomenda

Apanhei o sol a brincar
Na ponta de um guardanapo
Ele era tão pequenino
Fugiu por um buraco

Fui ao Porto Santo à Ceifa
Às searas amarelas
As moças de lá me deram
Os ates para as gavelas

     

Versos tradicionais recolhidos por: Teresa Gomes